Thursday, October 25, 2007

Uma abelha no ouvido

Só até que o sono chegue, vá lá, dá-me uns minutos, graceja e põe-me a abelha no ouvido, amanhã farei mais por mim, prometo, dou duas voltas ao parque da cidade sem olhar para a cintura da miúda, lavo a loiça e visito a data dos iogurtes, tenho trinta e sete anos, sim, tenho essa idade, nunca casei e isso é cada vez mais um país distante ao corpo de estar com alguém, escuta, é o elevador, somos nós a regressar da praia com os miúdos, os quatro de areia, eu e tu, os olhos deles muito bem desenhados, não lhes dês banho, deixa-os brincar, ainda não estão suficientemente cansados, esteve um belo dia de sol, liga a televisão no urso, senta-te aqui a meu lado, lembra-te que são de areia, esquece o sofá, umas palmadas no tecido ou uma pá, logo se vê, escuta-os, na língua de estarem felizes connosco, escuta, não lhes dês banho, deixa-os estar connosco.

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