Wednesday, April 29, 2009

Já não sabemos escrever, talvez nunca sabidos estivemos de escrever, e isso adianta pouco, acrescenta pouco, as letras que nunca tivemos um para o outro, as palavras desconhecidas para nós, a literatura da voz não nos mente, bendita literatura, a da voz.
Odeio a feira popular, deixou de ser popular, por levemente ordinária ou porque não se deixa subir, a montanha de Leste e eu só conheço o sul, simplesmente o sul, cabelos voados de tarde e o mar na boca.
Desculpa, olha para mim os segundos que sou, olha por mim, demora-te e leva-me a casa, não tenho casa, o corpo nunca pagará o empréstimo, pobre corpo, viaja menos.
Sou uma tempestade sem vento, não se define, acontece, dá nos lábios e vai.
Uma voz puta de se foder a si sem dicionário à mão, a melhor sem dicionário à mão, sem doença na cura, sem razão para se emendar.