Wednesday, August 1, 2007

Um ananás

No dia em que a doença te adoeceu levei-te um ananás, uma faca de lâmina viva, dois pratos lisos, mais duas facas suaves, dois garfos alegres.
Sentei-me à beira do que te segura deitado e descasquei isso.
Abriste tantas vezes a tua boca comigo que não consigo calar-me de ti,
sei que gostaste do ananás que te pus na cabeceira de ferro, havia flores mas preferi o ananás, às pessoas que amamos devemos dar-lhes o que elas gostavam de comer,
um ananás Gilberto, foste-te embora com um ananás à cabeceira, era o mínimo que podia fazer por ti.

4 comments:

Anonymous said...

eu, ninguem, que comento os teus textos nada de interessante posso dar-te,
para mim ler-te e dizer-te que sim faz-me sentir bem...
Porque me tocas assim? porque me sinto ao sabor de ti?

SP EU

Anonymous said...

Nem o tempo me sossegará
Nem a angústia me enfraquecerá
Nem a dor me cegará
Nem a traição me cansará
Nem a inveja me derrubará

Sei o meu destino
Vejo o meu lugar
Caminho

Chegarei primeiro que a minha morte

Miguel Patrício said...

Dás-me o teu gosto que para mim é muito.Beijo e abraço.

odeusdamaquina said...

Ananás, um toque ácido na
tisana dos teus sentidos!