Monday, August 27, 2007

António

Entre duas garrafas António, escorreu a tua e a sede dela, há momentos assim, fica a ideia que as vidas se podem entornar dessa maneira como o vinho na toalha,
assim percorra o braço qualquer um dos estados e sobre na mão o que ficou de viver.
É bonito António, não evites dizê-lo, ainda que te pareça menos adequado e possa levar a falhar o corpo que cruzou a perna por baixo da mesa, nem sempre sorrir de cintura nos dá o melhor lugar, com o tempo ficamos a saber da cama a sua curta memória.
Há pessoas que não são para nos deitarmos com elas, mesmo que o desejemos, não são,
são de ir mais longe, depois da conversa já se tocaram os sentidos todos, morreu a tesão, até a tua que agora só lá iria para um curto exercício, como homem sabes o que isso é.
Os corpos quando se ladram, ladram, como o cão ao fundo da rua te espera sem palavras necessárias para que não te esqueças delas.
António, ainda achas que é entrando no corpo delas que ficamos lá, sei que sabes que não é, quantas vezes mais vezes na mesa significa mais longe da cama, e olha que não é mau de todo António, uma agradável toalha de mesa não há muitos cotovelos que o saibam.

2 comments:

Anonymous said...

Cá para mim, "não é mau de todo António, uma agradável toalha de mesa não há muitos cotovelos que o saibam."
Cá para mim, as mesas funcionam como umas espécie de profilaxia do esquecimento... uma vitamina para as memórias. E se tiver uma toalha, tanto melhor. é das mesas que reza a história das histórias.
"António" não queiras estar sempre em posição de xadrez.

Isto para dizer que gostei muito desta tua reflexão.

M.

Anonymous said...

...quantas vezes mais vezes na mesa significa mais longe da cama...

Procuraremos a solução...
Faremos da cama a nossa mesa...
Faremos do lençol a nossa toalha...
Faremos dos beijos... dos toques a nossa refeição.

Assim não haverá riscos...de peder os momentos.