Tuesday, September 18, 2007

Não há quem te abrace, faça uma fogueira e fique de vigia
ou praia que te lembre o corpo por dentro luminoso
esse mar chegado a ti que já não chega a tempo de te ser água
que juventude nas veias e no desejo
agilidade de presa e sombra preda
não há uma madrugada nos nossos sentidos há anos, como aquela mais que uma, toda
mar acamado de estrelas, pés de areia pelos tornozelos, línguas de fogo húmido
esse desespero de esponja nas nossas bocas humanas, não há
assim como sapatos nas mãos agora, nevoeiros dentro dos olhos,
páginas brancas em lugar dos beijos, dois milímetros, uma eternidade de ti
cabeça morta de amor sobre o meu peito
noite de leite a curar-nos a pele
ainda ouve de haver ruído na hora letra que se fecha no meio de amor por ti
houve, houve-me descalço, agora já não há.

1 comment:

Anonymous said...

Miguel Patrício?
Serás tu?

Maria