Sunday, January 13, 2008

Sei lá eu o que é uma aldeia...

Não me empurres, é o vinte e oito sim, fora da hora mas vai, a sobejar como sempre, preferia ir debaixo do sovaco do loiro, fechar os olhos e descer sobre o rio por uma corda, oxalá quando os abrir ainda não tenha desfeito a barba, toma um caramelo, abre a boca, o homem é lindo.
E não as fecha, desajeitadas como a morte, meia perna de meia preta, o resto é um horror dali para cima, Deus deve ter soprado, só assim ali pode ter chegado a luz, aldeia velha de pintelho, muita pedra em volta, pois agora só mija quando lhe chegar o destino,
muito mal me fez aos olhos.
O miúdo já levou à boca três macacos, cuspiu e riscou o casaco da que faz a leitura aos domingos, se esta o descobre na missa com o marcador atiçado é bem capaz de haver uma desgraça, puta, não lembra a ninguém que sejam só quatro letras, lembrou-se o miúdo de ficar por ali.
Bem, se aquele se senta vai haver baixas, a fazer de conta que saem na próxima, a barra é magra mas esconde os olhos, afinal, como se pode esconder o olhar de um gordo mórbido, ao longe o suor é só o que escurece a camisa, se fosse o loiro tenho a sensação que ela não se importaria de lá dormir, encostada àquilo que lhe agrada, estás a ver um Europeu a correr no Egipto, num interstício de rua e deserto, mochila de pele, chapéu americano, colete inglês, e talvez mais uma ou outra descrição absurda sobre aquilo que quando nos agrada nos faz parvos.
Olho para lá como quando vamos de frente e não podemos evitar, entre as coxas um fole, bem articulado e até lhe refrigerava a cona, carnes moles e um buço em cima que ressona antes dos óculos.
O miúdo é mesmo estúpido, entrou por ali dentro com o lápis em riste, o socorro da vista caído da mulher, meias negras nas pernas gordas como um templo, ali vai ele, vende livros em barda, adolescente e mágico por isso mesmo, varre uma punheta e descobre-se uma colegial, assim se substitui uma professora por uma gaja que nos ensina melhor só porque nasceu assim, amanhã não apanho este, já não estou para isto,
cheiro a éter e mobília branca, ponho-lhe umas rodas e vou, asséptico, se eventualmente uma da saúde gostar de mim e as abrir como uma flor ainda respondo, caso contrário, cego-me no quarto.

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