Thursday, June 28, 2007

Mata-te, enquanto ainda medes um metro e oitenta e quatro.

Mata-te, enquanto ainda medes um metro e oitenta e quatro.
Olhos castanhos, caracóis de cabelo e o lábio superior quase inexistente,
mãos magras de nunca as ter dado a ninguém.
Mata-te enquanto o aeroporto ainda se situa na Portela,
se for lá serás noticia,
como diz o Sampaio ninguém morre sozinho.
Sobe nu ao edifício maior da capital
arranjarão um médico de saúde mental.
Tudo o que ele te disser
aumentará o teu desejo suicida,
amplifica a conversa, instala microfones
cria temporariamente um feedback com a vida.
Pede uma garrafa de vinho Rodrigo
um fotógrafo e um padre que já tenha feito amor
um colar de amêijoas, um pão de trigo
e o mesmo avião inibido de motor.

No comments: